Um elemento disruptivo, que tem aparecido sutilmente, está contido na mudança da natureza do trabalho. As organizações se prepararam nos últimos 25 anos para identificar e desenvolver competências e habilidades que agora vão perdendo sua viabilidade e diminuindo sua utilidade, já que os contextos de negócios têm mudado de forma exponencial, exigindo novas habilidades para se lidar com cada um deles.
Se analisarmos os últimos cem anos, o trabalho dos seres humanos subiu na cadeia de valor. As habilidades necessárias para executar tarefas mecânicas e rotineiras – primeiro no trabalho físico e agora no trabalho do conhecimento – foram automatizadas, criando uma oportunidade maior para o elemento humano, na força de trabalho, fazer coisas diferentes.
Conforme os efeitos da tecnologia se aceleram e ampliam, os trabalhadores também seguem sendo liberados para identificar e lidar com novos contextos, problemas e oportunidades, tornando-se aptos a criar níveis mais altos de valor por meio da colaboração, ideatividade (ativar ideias) e iteração (repetir e acumular conhecimento para uma próxima tentativa).
Como preparar os colaboradores para lidar com aprendizados constantes de novas habilidades e não perder sua real motivação? A resposta é desenvolver Capacidades Humanas Duradouras, atributos presentes nos indivíduos, uns mais, outros menos, que são demonstrados independentemente do contexto, e que podem sustentar quaisquer novas habilidades necessárias à realização de um objetivo.
A maioria das organizações reconhece as implicações por trás do aumento do ritmo de mudança de habilidades. Em resposta, algumas organizações estão tentando melhorar sua capacidade de prever as necessidades futuras de habilidades e outras estão tentando aumentar a velocidade com que podem aprimorar ou desenvolver novas habilidades em sua força de trabalho (ou seja, aprimoramento ou requalificação). Ambas as respostas são necessárias, mas nenhuma é suficiente para enfrentar totalmente o desafio de longo prazo dos contextos de rápida mudança que proporcionam às habilidades uma vida útil cada vez mais curta.
Felizmente, Capacidades Humanas Duradouras oferecem uma solução para o dilema das habilidades. Estas capacidades sempre foram os principais capacitadores da adaptação humana e, como amplificadores de habilidades no contexto, tornam mais fácil para os trabalhadores se adaptarem no fluxo de disrupção, alavancagem e transferência de habilidades entre contextos.
Quando as organizações nutrem Capacidades Humanas Duradouras ao longo do tempo, suas forças de trabalho tornam-se cada vez mais capazes de se adaptar a contextos em constante mudança.
Desenvolver Capacidades Humanas Duradouras será outro desafio para as organizações, porque elas fazem parte de uma inteligência não cognitiva, explicável e, no entanto, invisível, direcionada pelos sentimentos e percebida pelos sentidos. Uma linguagem conhecida, mas que agora ocupa lugar de destaque no desenvolvimento das pessoas.
Entre as muitas Capacidades Humanas Duradoras encontram-se: Imaginação, Escuta Ativa, Empatia, Curiosidade, Resiliência, Inteligência Social, Dar Sentido e outras mais.