O RH diante desta crise sanitária precisou se reinventar de modo a garantir o mínimo de estabilidade, tanto para os profissionais quanto para a empresa, dentro de tantas inseguranças geradas pela Covid-19. Neste contexto, as ações preventivas e estratégicas disseminadas pelo RH são fundamentais, pois contribui para evitar a propagação do vírus, além de manter a produtividade das organizações.

Um dos pontos que o RH também precisa gerir é o afastamento dos profissionais. E isso se tornou mais do que evidente na recente pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV): das mais de 4 mil empresas do País entrevistadas, 34% afirmaram que o maior desafio enfrentado é a ausência de colaboradores por conta da Covid-19. De acordo com a Secretaria Especial do Trabalho, apenas no 1º trimestre deste ano, mais de 13 mil segurados tiveram afastamento em razão da doença.

Exercer qualquer atividade neste período não tem sido fácil, seja para aqueles que precisam atuar presencialmente, seja para aqueles que trabalham em casa e podem sofrer consequências como queda de produtividade, estresse, ansiedade e até depressão por falta de contato social. O que me pergunto sempre é quem seremos após essa pandemia? Precisamos nos cuidar e confiar, acreditar que tudo vai passar e tomar todos os cuidados possíveis – que não se resumem apenas a proteção, mas também com relação à saúde mental.

Como Head de RH, também tive que lidar com casos de profissionais e seus familiares que testaram positivo para a Covid-19. O grande aprendizado que fica é: mais do que buscar soluções e novos modelos de trabalho, o RH precisa acompanhar de perto toda esta situação. Talvez nunca tenha sido tão necessário que as empresas estivessem tão próximas de seus colaboradores. Diante desse cenário, é essencial que os profissionais entendam que a empresa está ao lado deles para oferecer todo o suporte necessário, seja para tratamento físico ou emocional.

E você, como gestor, o que pode fazer para apoiá-los? Confira algumas dicas:

• Converse com o colaborador

A Covid-19 ainda é uma incógnita e é isso que gera o medo. Reserve um período para conversar com o profissional que está passando por isso – seja ele mesmo ou um familiar. Expressar seus sentimentos e ouvir palavras de afeto trazem conforto.

• Dê o tempo que ele precisar

A maioria das pessoas já passou por algum problema familiar e sabe como é difícil se concentrar nas tarefas diárias. Tirar um período do dia de folga talvez o ajude a compreender o momento que está vivendo e, gradualmente, consiga voltar ao ritmo normal.

• Mude as prioridades, se possível

Em alguns casos, se manter ativo é importante para ter outro foco que não seja a doença, mas pode ser que algumas das prioridades desse colaborador sejam demais para este momento. Por isso, sente com ele e repense no que pode ser alterado. Talvez deixar atividades menos complexas pode ajudá-lo.

• Mantenha sua equipe informada

Informação nunca é demais, não é mesmo? Mesmo neste ambiente on-line, é possível manter a comunicação direta com sua equipe. Seja em uma reunião ou e-mail, sempre reforce a importância dos cuidados básicos relacionados à Covid-19, como uso de máscara, distanciamento social e lavar as mãos com água e sabão ou usar álcool gel.

Gosto de pensar que tudo tem o seu propósito, e com a Covid-19 não seria diferente: mais empatia, mais equilíbrio entre a vida pessoal e profissional. E, como líder, precisamos entender que, às vezes, é preciso estar ao lado do colaborador e conversar, dar o espaço que ele precisa, mas também estar acompanhando de perto, nestes momentos tão delicados.