Segurança psicológica sustenta a diversidade no ambiente de trabalho e é a principal qualidade de times com alto desempenho

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Evento de carreiras da Fundação Estudar convida gestores do iFood, Lojas Renner e Santander para conversa sobre o tema “Diversidade como motor para a Inovação”

Segundo estudo Getting to Equal 2019: Creating a Culture That Drives Innovation, da Accenture, investir em diversidade e inclusão é pré-requisito para as organizações se tornarem inovadoras. Nesse cenário, a inovação se apresenta como tendência para as empresas se destacarem no mercado. O fomento à diversidade no ambiente corporativo se destaca como um pilar importante para promover soluções inovadoras; este foi um dos temas trazidos na Conferência Gestão e Inovação, realizada pela Fundação Estudar, com o propósito de conectar jovens em início de carreira a recrutadores de grandes empresas do setor.

A conversa sobre “Diversidade como motor para a inovação” foi mediada por Victória Dandara Amorim, Líder Estudar e a primeira pessoa declaradamente travesti a se formar na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco da Universidade de São Paulo (USP). Para falar sobre o tema a Fundação Estudar convidou Alinne Coviello, Head de Cultura & Diversidade no iFood; Renata Porfirio, Especialista de Sustentabilidade nas Lojas Renner S.A; e Simone da Silva Coutinho, Líder de Diversidade & Inclusão no Santander Brasil, que trouxeram suas experiências e pontos de vista nessa vivência.

No sentido de estimular a diversidade dentro do ambiente organizacional, foram levantadas as formas de tornar esse compromisso uma realidade para os colaboradores. Para a reflexão, Victória Dandara, mediadora da Fundação Estudar, traz a importância das ações afirmativas para a reparar a dívida histórica com alguns grupos que foram marginalizados na construção do nosso país: “Essas pessoas têm desafios extras na hora de começarem suas carreiras. Então, as políticas afirmativas atuam para fazer essa reparação e nivelamento. Não porque estejamos em níveis diferentes, mas sim em níveis de oportunidades diferentes.”


Outra medida importante para garantir que pessoas diversas se sintam acolhidas dentro do ambiente de trabalho é estabelecer a segurança psicológica. O termo pode ser traduzido em sentir-se à vontade para compartilhar experiências e expressar ideias, sem subjugamento, ameaça ou medo de retaliação. De acordo com estudo desenvolvido pela Dra. Amy Edmondson, professora de Harvard e especialista no tema, a segurança psicológica no trabalho é a principal qualidade de equipes com alto desempenho. Um ambiente sem segurança psicológica inibe a manifestação de novas ideias e compromete o sentimento de pertencimento dos colaboradores.


Aliado a esse entendimento, Alinne Coviello reforça a importância de não apenas promover iniciativas para a inclusão de pessoas diversas, mas também oferecer condições para que elas se sintam respeitadas e confortáveis em trabalhar naquele ambiente: “Temos trabalhado para oferecer um ambiente onde as pessoas se sintam seguras e pertencentes, pois, historicamente, os grupos sub-representados tendem a se sentirem inseguros em alguns espaços. Com base nos estudos da professora e pesquisadora Amy Edmondson, um dos nossos processos em Diversidade e Inclusão é a medição do Índice de Segurança Psicológica (ISP), com isso, traçamos ações afirmativas conectadas diretamente a jornada do FoodLover com impacto no engajamento, pertencimento, desenvolvimento e carreira, além de contribuir significativamente com melhores resultados”, afirma a Head de Cultura & Diversidade no iFood.


A importância de promovermos um ambiente corporativo plural, com diferentes pessoas, perspectivas e vivências para atingir o público alvo de forma mais assertiva, foi um dos destaque da discussão. Isto significa que, para desenvolver um produto ou serviço, é necessário entender se ele é funcional e acessível para todas as pessoas. Caso contrário, a organização corre o risco de perder uma parcela importante da sua clientela e gerar impacto negativo para a imagem da marca.


Um ponto importante que converge no caminho da diversidade e inovação é o de promover representatividade em cargos de liderança, ou seja, por meio da inclusão de mulheres, comunidade LGBTQIAPN+, pretos e pardos, pessoas com deficiência, entre outros grupos na gestão da empresa. Este direcionamento é essencial para inspirar pessoas semelhantes a chegarem no mesmo cargo ou posição.


“A inclusão demanda intencionalidade e coragem. Não vai ser natural, porque estamos falando de uma sociedade que nutre o patriarcado e cuja base foi construída através da escravização de pessoas. As pessoas não vão abrir mão de privilégios de forma natural. Por isso a luta é de toda a sociedade para criar um ambiente de igualdade”, afirma Simone da Silva Coutinho, Líder de Diversidade & Inclusão no Santander Brasil.


Diante dessa realidade, faz-se cada vez mais necessário que as organizações firmem compromissos públicos em prol da inclusão e diversidade dentro e fora da empresa. Isto é, agir proativamente em busca da transformação social por meio iniciativas como implementação de ações afirmativas, pesquisas internas sobre o senso de percepção da diversidade, espaços para a escuta ativa dos colaboradores e ações para conscientização, engajamento e letramento de todo o time, principalmente da liderança. Assim, é possível alcançarmos um ambiente com pluralidade de ideias e pontos de vista diversos para a busca de soluções inovadoras e mais inclusivas.


 

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