EMPATIA: questão de EDUCAÇÃO

O uso da expressão “falta de educação” me parece perfeito para designar pessoas que não “desenvolveram/aprenderam” Inteligências ditas Emocionais. Dentre estas, destaco a EMPATIA, pela qual uma pessoa percebe os sentimentos dos outros. Como se diz por aí: consegue colocar-se no lugar dos outros.

Pelos estudos mais atuais sobre o assunto, sabe-se que Inteligências se aprendem ou se desenvolvem, mesmo considerando que há um componente genético que determina o “potencial” de desenvolvimento, o máximo que se pode atingir no desenvolvimento de uma Inteligência (Referências: Estruturas da Mente – A Teoria das Inteligências Múltiplas, Howard Gardner, e Inteligência Emocional, Daniel Goleman). Explicando: eu posso ser mais ou menos “gênio” musicalmente (Inteligência Musical) conforme o patrimônio genético herdado. Só que, mesmo tendo potencial para “gênio”, preciso desde criança desenvolvê-lo, senão acabarei sendo apenas um músico razoável.

Considerando EMPATIA um tipo de Inteligência (no contexto das “Emocionais”), analogamente, pode-se dizer que uma pessoa “herda” certo potencial para desenvolvê-la e isso pode se dar desde os tempos de infância. Não desenvolvida, por falta de “educação de berço” aliada à falta de “educação escolar”, o indivíduo cresce com esse “déficit” e aí, na fase adulta, alguns exemplos de situações podem ocorrer:

– A pessoa não percebe que está incomodando os outros e toma iniciativas do tipo: aumenta o som do carro sem dar importância à presença de outros; no carro, põe o ar-condicionado no ponto mais frio sem perguntar se é do agrado dos demais; fala alto ao celular em local público sem perceber que está atrapalhando os vizinhos. Exemplifico situações em que a pessoa não percebe que está desagradando ao outro

– Toca em assuntos que desagradam um amigo, não notando que causa certa “saia justa” no ambiente. Ou a pessoa faz perguntas consideradas indiscretas, incomodando o respondente (sem deliberadamente querer causar incômodo)

– A pessoa, como se diz popularmente “sem desconfiômetro”, magoa a outra falando de certas deficiências que esta procura esconder (toca na ferida, mas sem intenção de ferir).

Tudo isso pode traduzir-se em “escassez de EMPATIA”, com possível boa dose de egoísmo ou egocentrismo.

Porém, há pessoas que “herdaram” e “desenvolveram” MUITA EMPATIA. Têm-na em excesso. E, em certas situações, este excesso pode também ser prejudicial. São pessoas que não só percebem os sentimentos dos outros como também os sentem como se fossem seus.

Algumas situações, como exemplo:

– A pessoa sofre a morte do pai de um colega como se o pai fosse dela também

– É capaz de cair em depressão com notícias de crianças que passam fome em certo país da África

– Passa mal ao saber que uma conhecida sua morreu em circunstâncias trágicas, envolvendo acidente de automóvel.

Isso pode ser chamado de “sensibilidade apurada”, “pessoa ultrassensível e emotiva” etc. Eu prefiro levar para o campo das Inteligências e identificar a pessoa como “super empática”. Essas pessoas, em geral altruístas, atuam muito bem como voluntárias em ações sociais, de solidariedade.

(O LÍDER E A EMPATIA – veremos na próxima edição da coluna)

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