Outro dia, me lembrei de uma situação pela qual passei num momento bastante difícil de um processo de mudança numa organização. Foi no momento do auge da implantação de uma nova estrutura organizacional e, principalmente, de novos processos e novo espaço físico, com muitas frentes de trabalho e transformações. No meio deste cenário confuso, um membro da equipe entrou na sala de coordenação do projeto e começou a desabafar e falar das suas dúvidas e angústias com o processo e também de como estava se sentindo inseguro, chegando inclusive a se emocionar. Ao finalizar, agradeceu e se disse mais aliviado. Não fizemos nada além de dar atenção e entender que ele precisava deste momento de manifestar todo o incômodo que estava sentindo.
Imediatamente, fiz uma conexão com o nosso momento atual de pandemia em que, como nunca, precisamos resgatar a nossa natureza humana e entender que estamos lidando com pessoas, com suas individualidades, diferentes contextos, impactos na vida e necessidades.
Obviamente que as condições atuais são muito mais intensas, inseguras e incertas do que as que vivenciávamos há algum tempo nas organizações. Passamos por situações de mudanças abruptas nos nossos contextos familiares, profissionais e sociais, que abalaram nossos padrões e trouxeram um componente mais significativo que é o risco de saúde com a doença e suas consequências, com as quais estamos convivendo em diferentes níveis.
Em momentos como estes, que envolvem riscos à nossa sobrevivência, precisamos lembrar que uma tendência acentuada é que as pessoas manifestem, com intensidade, as suas reações mais básicas e primitivas, pautadas principalmente pelo lado emocional e chegando a inibir o pensamento racional e suas ponderações.
No meio dessa turbulência toda estão os líderes com infinitas demandas da organização, das pessoas e suas equipes e também do seu ambiente familiar. Em vários momentos, temos a sensação de que não vamos dar conta de tudo, trazendo angústia, insegurança, inquietação, mas, ao mesmo tempo, um momento de desafio e de podermos aprofundar o nosso exercício da liderança.
Para contribuir na sua atuação como líder, vou apresentar algumas considerações que podem te apoiar neste processo, destacando:
Autocuidado:
Cuidados com as Pessoas:
Conduzindo as turbulências:
Enfim, entendo que a realidade não está fácil e os desafios são enormes, mas o fundamental é manter a sua essência e resgatar os aspectos humanos de todos. Espero ter colaborado.