Futurismo é uma ciência. Muito diferente da futurologia que todos nós estamos acostumados a exercitar um pouco em nossas vidas pessoais e profissionais. Futurismo, como termo, começou no início do século XX como arte revolucionária. Mas, desde os anos 1980, estamos tratando esta ciência com uma disciplina que traz como proposta uma visão maior e sistêmica da interligação de todos os desafios globais em face aos desenvolvimentos exponenciais das tecnologias e das relações humanas.
Movidos pela tecnologia e pela ciência, vamos vagando em um mundo em que os humanos são, muitas vezes, secundarizados na análise das mudanças, sentidas todo dia. Tentamos controlar o incontrolável, viver vidas impossíveis e o resultado disso é muita gente doente mentalmente e incapazes de entregar os resultados exigidos pelas empresas e seus trabalhos. Poucos tem a coragem e humildade da ginasta Simone Biles que, ao perceber que os seus objetivos profissionais e olhares do mundo estavam indo além de sua capacidade no momento, recuou e disse que não iria conseguir e preferiu não atender a estas demandas.
Poucos tem esta coragem, humildade e suporte de suas organizações corporativas, familiares, sociais para tomar uma decisão como esta. Decisão pela saúde mental, pela escolha difícil, menos esperada, pelo recuo estratégico.
A maioria de nós precisa sempre, no mundo corporativo de hoje, estar entregando mais, indo além dos limites, das horas trabalhadas, dos números estabelecidos, das decisões tomadas. Nos exigem colaboração, mas o que vemos é competição. Pela atenção dos pares chefes e clientes, pelo reconhecimento, pelos resultados, pelo esforço inalcançável.
E isso tudo com o objetivo de controlar o futuro, de prever com mais acuracidade os próximos passos do mercado, dos clientes, dos concorrentes, das inovações para sempre estarmos à frente e sermos menos cringe.
Alvin Toffler, um futurista dos 1980, nos diz que “mudança é o processo no qual o futuro invade nossas vidas”. Ou seja, de um jeito ou de outro o futuro vem e as mudanças acontecem. Algumas nós controlamos, outras nem tanto. Já há no mundo metodologias de colaboração que promovem ambientes mais harmoniosos nas corporações e primam pelo cuidado com o humano para que as empresas tenham os resultados esperados.
Colaborar e cuidar das pessoas, que são os reais construtores do futuro. Estabelecer metas reais e realistas, que considerem todo um contexto social e econômico cada vez mais global, ter uma visão holística e sistêmica ao mesmo tempo. E deixar de lado algumas coisas que podem ser o foco equivocado das organizações, como por exemplo, ficar o tempo todo olhando para o que a concorrência faz, tentar vender o que eu quero e não o que o cliente pede, foco em tecnologia sem preocupação com as pessoas.