O empresário se considera amo e senhor, só não fala em público porque pega mal

“Este mês, eu deveria te pagar a metade do salário porque você trabalhou somente meio-período: 12 horas!”  

Esta “piada” (de muito mau gosto) foi ouvida em um almoço com alguns executivos.

Eu estou convencido de que na cabeça de quem a contou soava engraçada e não escondia uma herança escravagista que carregamos. 

Em abril deste ano, o Brasil completou 521 anos de história, dos quais 388 anos tiveram a mancha da escravidão.

Com isso, não quero demonizar os empresários e executivos ou taxá-los de sanguessugas. Muito pelo contrário, ser empresário no Brasil é ser herói.

Um empreendedor tem que ganhar dinheiro e precisa ganhar mais que seus colaboradores. Se não for assim, corrompemos e quebramos o sistema capitalista. O que não vale é o outro extremo.

Gerar emprego e pagar imposto não atribui à empresa a propriedade das almas de seus colaboradores.

Embora já não exista mais espaço para este tipo de mentalidade e a nova geração de executivos tenha dizimado este mindset retrógrado nas startups e nas empresas mais modernas, ela ainda persiste em muitas companhias.

Conheço muita gente com essa crença limitante, vinda dessa herança escravagista.

Pessoas que pararam no tempo, e, caso não mudem urgentemente a sua mentalidade, serão atropelados pela nova forma de ser fazer as coisas.

Marcio Bueno

Tecno-Humanista | Fundador da BE&SK e criador da Tecno-Humanização

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