A Arte de Renovar-se
Quantos de nós já nos deparamos em pensamentos e refletimos sobre se o que estamos fazendo está adequado a realidade ou se nós estamos adequados a ela? A realidade na qual me refiro está principalmente relacionada ao nosso trabalho e se este trabalho está de fato nos desafiando ou mesmo preenchendo nosso dia com muita motivação.
Essa deve ser uma busca diária e constante para todos nós. Isso pode ocorrer de diversas formas, algumas delas nos passam despercebidas. Por exemplo, uma boa conversa, praticando a escuta ativa, com pessoas que vivem ou mesmo se interessam por assuntos bem diversos dos seus, pode lhe trazer insights e dar amplitude as suas ideias.
No século 21, não temos mais espaço para ficarmos acreditando sempre nos mesmos modelos ou processos sem pelo menos repensá-los. A disponibilidade de informação e conhecimento cresce em ordem geométrica. As melhores universidades do mundo já disponibilizam, por meio do e-learning, cursos das mais diversas disciplinas de forma gratuita. Temos excelentes exemplos de plataformas on-line tanto no Brasil quanto em outros países no mundo.
Mas se todo o conhecimento que é adquirido ficar somente conosco, ele envelhecerá, portanto, devemos compartilhá-lo, principalmente, quando ele vem acompanhado das suas ideias, reflexões ou mesmo opiniões. Quando mais se divide conhecimento, mais chance de aprender e aprimorar teremos. A inquietude da renovação, principalmente, quando compartilhada com sua equipe, deve fazer parte da nossa agenda diária.
Há diversos movimentos hoje no mundo que também trazem um novo olhar para a gestão nas organizações. Lembro-me de que na década de 90, eu li livro Virando a Própria Mesa, do Ricardo Semler, aliás, mais conhecido na Europa do que no Brasil. Na época, um livro inusitado que trazia conceitos bem “fora da caixa”. Nos últimos anos, temos assistido à vinda de novos conceitos, abordando a autogestão como uma forma diferenciada para se alcançar resultados mais consistentes, baseado nas necessidades que vemos quanto a novas formas de trabalho, além do foco em equipes de alto desempenho. Alguns dos conceitos, como Holacracia, Sociocracia e O2, são exemplos que algumas empresas têm experimentado em busca desses resultados mais consistentes.
Mesmo quando falamos em transformação digital em que grande parte da estrutura deste pensamento está muito direcionada às relações humanas nas organizações e, particularmente, na dinâmica de trabalho nas equipes. Falha-se em trazer ferramentas, que atendam a necessidade da transformação digital, sem se trabalhar na cultura existente na organização, principalmente a relacionada à autonomia das equipes e a tolerância ao erro como forma de aprendizado.